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sábado, 7 de julho de 2012

"Olhar Tático: Forlán e Seedorf: reforços técnicos e táticos" - Coluna do FC Gols



O futebol brasileiro tem, nos últimos anos, tido êxito na busca de jogadores com bagagem internacional. Alguns vão dizer que são jogadores "falidos", mas mesmo assim vejo lado bons nisso tudo como a divulgação do nossos clubes internacionalmente, capacitação técnica do próprio futebol (são grandes jogadores que contribuem tecnicamente para seus clubes e para o futebol brasileiro) e o crescimento financeiro dos clubes (exatamente pelo marketing com tais jogadores nacionalmente e internacionalmente).

As duas últimas contratações desse porte do futebol brasileiro foram Seedorf, pelo Botafogo, e Diego Forlán, pelo Internacional.

O primeiro é um craque. Clarence Seedorf é o primeiro grande jogador europeu que vem atuar em território brasileiro. O holandês já é veterano (36 anos de idade), mas seu talento é indiscutível. Já foi titular em times de primeiro escalão da Europa como Inter de Milão, Real Madrid, e mais recentemente, Milan (onde já estava há uma década).

Forlán está em outra condição. O atacante uruguaio tem um talento inferior ao de Seedorf, obviamente, mas vem tendo destaque no cenário mundial há alguns anos. Para sua infelicidade nunca se firmou em um grande time europeu, tendo suas melhores passagens pelo Villarreal e o Atlético de Madrid. Mas seu grande momento foi há quase dois anos na Copa do Mundo quando foi eleito melhor jogador do torneio levando sua seleção à quarta colocação.

Nenhum dos dois estão no auge de suas carreiras, muito pelo contrário já estão em uma fase de declínio técnico há um tempo. Mesmo assim são ótimos reforços para seus clubes pelos motivos já citados anteriormente.

Porém, mais que mídia, valorização e crescimento esses jogadores tão grandes contribuições à suas equipes técnica e taticamente.

Primeiramente por Forlán. O uruguaio vem para reforçar o já forte sistema ofensivo do Internacional, formado por Dagoberto, Leandro Damião, D'Alessandro, Dátolo, Oscar, Gilberto, Marcos Aurélio e Jajá.  Os cinco primeiros com totais condições de titularidade. Forlán vem "apenas" para fortalecer esse elenco.

Porém seu talento o torna favorito a titularidade e com sua polivalência do meio para frente as alternativas táticas para o Inter são inúmeras.

Temos que levar em consideração os grandes momentos do jogador para poder avaliar suas alternativas táticas. Falar em grandes momentos de Forlán já nos leva a pensar na Seleção Uruguaia, principalmente na Copa do Mundo e na Copa América. 

Na Copa de 2010, o Uruguai jogava numa espécie de 4-2-3-1, mas que na prática era um 4-4-1-1; Forlán jogava como um meia-atacante armando e chegando na frente para concluir. Seu brilho máximo quando foi o craque do mundial!

Na Copa América, o Uruguai usava um 4-4-2 mais bem desenhado com marcação um pouco mais adiantada e Forlán mais como atacante, apesar de ter feito menos gol e de ainda ser o homem que mais armava no time.

As atuações pela Celeste nos últimos dois anos mostram as variações táticas que Forlán pode oferecer no Internacional. Por exemplo, se Dorival for querer continuar no 4-2-3-1 costumeiro ele teria chances como meia de ligação, como um meia mais aberto pela direita/esquerda ou até liderando o ataque que não teria um homem totalmente fixo. Além do 4-2-3-1 temos outras opções.

O 4-2-3-1 do Inter com Forlán aberto pela esquerda (na vaga de Dagoberto/Dátolo) é a opção mais esperada no momento. D'Alessandro é titular absoluto no meio-campo colorado, e Oscar faz muito bem a função de meia pela direita entrando pelo meio. Dessa forma Forlán e Inter ficam mais próximos a área, formando assim uma dupla artilheira.

 Na ausência de Damião, o camisa 7 também pode jogar centralizado, mas com mais movimentação que Damião e aproveitando seu faro de gol.

Quando digo que Forlán vem para ser útil taticamente falo mais do que sua utilidade em diferentes posições no meio-campo ou no ataque. Ele é útil porque pode para suprir desfalques da equipe. Sem D'Alessandro e Oscar (principais jogadores de armação da equipe), por exemplo, ele pode assumir a armação e formar um quarteto fortíssimo com Dátolo, Dagoberto e Damião. Sem Damião, ele pode virar um atacante mais próximo a área. Forlán vem para reforçar o Inter tecnicamente e taticamente.

Seedorf também vem para o Botafogo trazendo grandes benefícios para o clube em termos de técnica e tática. O meia holandês é, incontestavelmente, muito talentoso. Um meia de grande visão de jogo, passe preciso e arremate potente à longa distância. Mas é um veterano. Não possui mais tanta velocidade e acompanhar um ritmo jogo acelerado não dá pra ele.

Mesmo assim ele era titular do Milan na última temporada, então não pode está totalmente "morto". Não está. Em natural decadência, claro. Mas ainda em condições de jogar e contribuir para o Botafogo.

O 4-3-1-2 do Milan na última temporada: Boateng fazendo a ligação com a dupla Robinho e Ibra e o trio de "volantes" às costas dele formado por Seedorf, Nocerino e Ambrosini. Dos três "volantes" Seedorf era o menos marcador, jogava como um 3º homem no meio-campo armando o jogo de trás.

Quando jovem Clarence tinha condições de jogar mais próximo ao ataque (na ótima temporada 2006-07 fez dupla com Kaká jogando nessa função no 4-3-2-1 da equipe), mas hoje em dia costuma jogar mais atrás sem necessitar de tanta dinâmica e movimentação. 

 O 4-2-3-1 habitual de Oswaldo Oliveira no Botafogo (considerando a contratação de Rafael Marques) costuma ter Andrezinho na armação, Fellype Gabriel e Vitor Júnior pelas pontas e Renato como segundo volante auxiliando na armação. Muitos pensam em Seedorf jogando nessa posição, mas Seedorf e Renato juntos pode dificultar a velocidade da equipe e atrapalhar o rendimento do próprio craque.

 Talvez a melhor alternativa para Seedorf é jogar mais atrás na vaga de Renato com jogadores de velocidade correndo por ele (considerando Lodeiro na vaga de Andrezinho) para dar liberdade para o craque pensar. Uma das formas de aproveitar o talento do holandês.

Uma forma de conciliar Renato e Seedorf no time é abrindo mão do 4-2-3-1 e jogando num 4-3-1-2 próximo ao do Milan de Allegri em que Seedorf jogou a última temporada.

As precauções para que não ocorrer com Seedorf e Renato o mesmo que com Juninho e Felipe devem ser observadas. Acho possível que os dois joguem juntos e, mais que possível, vejo como algo até viável, porém o acréscimo tático que Juninho e Felipe juntos dão ao Vasco é muito maior que o de Renato e Seedorf. Renato é inferior a qualquer um desses três nomes que citei.

Em geral, a utilidade tática de Seedorf (se usado mais atrás) ao Botafogo será ótima, tanto para a capacitação técnica quanto para o refinamento da saída de bola.

As duas estrelas internacionais vem para fazer acréscimos extremamente relevantes nas suas equipes, apesar de já não estarem em seu auge técnico há alguns anos.

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